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Campo Eletrico Terrestre

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Mensagem  Leo' Qua Mar 03, 2010 12:03 am

O campo elétrico da Terra



Se as moléculas dos gases que compõem a atmosfera terrestre fossem eletricamente neutras estaríamos sob um grande cobertor isolante ou não condutor. Entretanto, devido ao constante bombardeio por raios cósmicos (prótons de alta velocidade) que o planeta sofre, alguns íons positivos ou negativos estão sempre presentes na atmosfera. Essa ionização produzida pelos raios cósmicos aumenta com a altitude, ao passo que a densidade (relação entre massa e volume) diminui, tornando os íons ainda mais livres, o que implica em aumento da condutividade. Acima da altitude de 50 km, a atmosfera se constitui em um condutor relativamente bom. Um modelo simples da Terra e sua atmosfera são mostrados na figura abaixo, onde aparece um espaço mau condutor entre a camada externa (Ionosfera) e o planeta. Essa camada mau condutora se estende até 50 km de altura.
Campo Eletrico Terrestre Campo-terra
Já foi possível verificar que existe, perto da superfície terrestre, um campo eletrostático radial (em torno da circunferência) de aproximadamente 100 V/m (Volts por metro). O campo enfraquece com a altitude, fazendo com que a diferença de potencial total entre a Terra e a camada condutora seja próxima de 400.000 Volts. O sentido com campo elétrico é para baixo, de modo que a Terra possui uma camada superficial negativa e a Ionosfera possui carga positiva.

Se considerarmos a Terra uma esfera de raio igual a 5.000 km, sua área será de aproximadamente 3 x 1014 m³, de modo que a carga superficial é de cerca de 3 x 105 C (Coulombs).

Como a atmosfera não é um isolante perfeito, ela é atravessada por uma corrente, dirigida para baixo, no mesmo sentido que o campo eletrostático (íons positivos para baixo e íons negativos para cima). A corrente total sobre a superfície da Terra é razoavelmente constante e de cerca de 1800 A (Ampères). Nessas condições, o tempo necessário para neutralizar toda a carga superficial do planeta, se esta não fosse recomposta de alguma forma, seria de apenas dois a três minutos.

A carga, no entanto, permanece constante, levando a crer que exista um mecanismo bombeando cargas positivas para cima e cargas negativas para baixo, num sentido oposto às forças eletrostáticas do campo elétrico. A natureza desse mecanismo não é bem conhecida, mas acredita-se que o processo deva sofrer forte influência das constantes tempestades que se espalham pelo planeta. De algum modo, formam-se íons positivos e negativos durante uma tempestade, sendo os íons positivos conduzidos para cima e os negativos para baixo por meio de correntes de ar. Essas mesmas correntes são impulsionadas pelas diferenças de temperatura e pressão, de modo que no final das contas quem promove todo o movimento é a energia radiante do sol que chega até nós.

Dessa forma, a superfície terrestre pode ser considerar um enorme gerador de Van der Graff imerso num meio condutor. Em vez da correia se movendo, é o movimento da atmosfera que transporta as cargas no sentido oposto ao da força eletrostática. As cargas voltam por condução através da atmosfera inferior. A diferença de potencial entre os terminais desse grande gerador é de 400.000 V e a corrente, 1800 A. Assim, a potência do sistema é 700 MW (MegaWatts). É algo mínimo quando comparado com a potência gerada pela usina de Itaipu (14000 MW). Até mesmo centrais elétricas de médio porte superam essa potência.

Uma coisa é certa: sem esse sistema a vida no planeta não seria como a conhecemos.
Leo'
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